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Mostrando postagens de fevereiro 10, 2008
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Dona Julita Dona Júlia já contava cinqüenta anos de idade e vida difícil. Era baixinha, forte, cabelos negros e lisos, pele índia crestada pelo sol da roça. Sua risada era tão estridente que às vezes parecia choro. Duas vezes por semana ela descia os dois quilômetros de estrada barrenta, levando sobre a cabeça a trouxa de roupas e um grosso cigarro de palha no canto da boca. Descia com uma trouxa limpa e subia com uma trouxa suja, sempre caminhando devagar com seus passinhos miúdos. Dona Júlia, ou Julita, como, como era conhecida, lavava e passava roupas para várias famílias na cidade. Ela tinha cinco filhas, quatro já eram moças feitas, a caçula ainda era criança de dez anos apenas. As quatro filhas de dona Júlia, eram moças cultas e estudiosas, todas haviam feito ou estavam fazendo magistério. Uma tia solteirona por parte de pai que era professora, custeava os estudos. As meninas cuidavam dos afazeres domésticos enquanto a mãe batia e quarava roupa na bica de bambu. O cheiro de roupa